Road to Euro 1984 (parte II)
Depois da pesada derrota sofrida, em Abril de 1983, na então União Soviética e da substituição da equipa técnica, Portugal retomava a sua campanha de apuramento em Setembro do mesmo ano.
O adversário era o ideal para Portugal relançar as suas expectativas de apuramento: a Finlândia (na altura bastante mais fraca do que é hoje). O jogo disputava-se no Estádio de Alvalade e mais uma vez, tive a oportunidade de o presenciar ao vivo.
A tendência do jogo era óbvia: Portugal a atacar, a Finlândia a defender. Na verdade, a Finlândia colocou várias filas de "autocarros" à frente da baliza, já que os médios eram mais uma linha defensiva e os avançados quase nem entravam no meio campo português.
A verdade é que Portugal estava a sentir dificuldades em criar verdadeiro perigo; havia pouco espaço para jogar perto da área finlandesa, e também não servia de muito "despejar" bolas para a área, em virtude da elevada estatura característica dos escandinavos.
Tipicamente, estava a ser daqueles jogos em que era necessário a todo o custo marcar um golo para alterar o rumo do mesmo. E já que era muito difícil criar perigo perto da área, foi Jordão (mais um grande jogador que tive o privilégio de ver jogar - inclusivamente com a camisola errada...), que apanhou a bola a uns 25 metros da baliza e disferiu um pontapé fortíssimo e colocado ao ângulo superior direito da baliza finlandesa. Finalmente, estava encontrado o caminho para a vitória!
Pouco depois, Carlos Manuel fez o 2-0, num remate também de fora da área, mas rasteiro, que provavelmente o GR finlandês não terá visto partir devido à "floresta" de pernas de jogadores finlandeses (que continuavam a preferir defender que arriscar o ataque - talvez temendo a goleada...).
A partir daqui Portugal passou, como é natural, a jogar de forma mais desinibida, mas o 2-0 manteve-se até ao intervalo.
Para segunda parte, um momento importante na história da Selecção: a entrada de Paulo Futre, que ao estrear-se em representação da Selecção Portuguesa, tornou-se o jogador mais novo a fazê-lo (batendo o record até então detido por Chalana: não sei quais as idades exactas de cada um, mas tinham ambos 17 anos e alguns meses; naturalmente, o Futre com menos alguns meses que o Chalana...).
Como seria de esperar, Portugal jogou de forma bastante mais descontraída na 2ª parte, e a goleada construiu-se com naturalidade.
O 3-0 surgiu, creio eu, logo no início da mesma, marcado por outro benfiquista, o José Luís, numa jogada em que apareceu isolado diante do GR finlandês.
O 4-0 resultou de um auto-golo e o 5-0, já perto do final, foi marcado, num desvio de cabeça do Oliveira junto ao poste direito.
Em suma, foi daqueles jogos cuja história se resume aos golos marcados, à qual há a acrescentar a estreia do Futre, pelo facto de se ter tornado o jogador mais jovem de sempre a representar a selecção.
Mais importante que tudo, as esperanças de apuramento mantinham-se intactas, pois a URSS havia empatado na Polónia, pelo que as contas eram muito 'simples': ganhar os dois jogos que restavam: à Polónia (fora) e à URSS (em casa).
Facto não tão relevante (mas que nem por isso deixou de ser importante para a selecção), foi a estreia da nova equipa técnica constituida por 4 elementos, em substituição de Otto Glória: Fernando Cabrita, António Morais, Toni e José Augusto
4 Comments:
Bem-vindo de volta! Este post apesar de estar com data de Abril só foi postado em Outubro, mas mais vale tarde que nunca! :-) Abraço.
Thx S.L.B. :-)
E sobretudo, obrigado pelo incentivo o "reavivamento das memórias"! Eu tinha prometido a mim mesmo que mais tarde ou mais cedo voltaria a escrever, mas de alguma forma ajudaste a que fosse 'mais cedo'.
Nem tinha reparado que o post ficou com a data de abril, mas a explicação é simples: eu comecei a escrevê-lo (em esboço), por essa altura e resolvi guardá-lo no blogger sem o publicar...
Talvez possa entrar para o Guinness como o "post que demorou mais tempo a ser escrito e publicado" ;-). O facto é que passaram-se meses em que nem lhe toquei e nem sequer me dei ao trabalho de responder aos comentários que entretanto surgiram, facto pelo qual peço desculpas aos respectivos autores pela minha indelecadeza...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Acho que sim, que te deves candidatar ao Guiness. Seis meses para escrever um post... De certeza que constarás numa próxima edição! :-)
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