Taça UEFA 1982/1983 - parte I (chegada aos quartos de final)
Não há dúvida que o meu benfiquismo foi fortemente marcado pelas épocas de 82/83 e 83/84, onde para além da excelente equipa que o Benfica possuia, o treinador era aquele que eu considero o melhor treinador que o Benfica teve, desde que me lembro - Sven-Goran Eriksson. Em Portugal, e até à data, só mesmo o José Mourinho poderá disputar o estatuto de melhor treinador de uma equipa portuguesa. Ainda assim, em relação a Mourinho, Eriksson tem uma grande vantagem: é um verdadeiro gentleman. Ainda me lembro que, sempre que ele era entrevistado, fazia sempre um sorriso antes de começar a responder às perguntas. Um dos grande feitos do Eriksson foi ter devolvido ao Benfica o estatuto de grande clube europeu, através da magnifica campanha na edição 1982/83 da Taça UEFA.Começo por relembrar o percurso até aos quartos de final (exclusivé... a eliminatória com a AS Roma fica para outra "posta").
- 1ª eliminatória (Benfica-2, Bétis-1 / Bétis-1, Benfica-2):
Da primeira mão, lembro-me essencialmente do resultado e do facto de, estando a ganhar por 2-0 até perto do final do jogo - golos de Nené (penalty) e Padinha (das poucas coisas de jeito que terá feito no Benfica... ) e de o Benfica ter consentido o golo do Bétis já relativamente perto do fim (transformando um confortável 2-0 num incómodo 2-1).
Da segunda mão, lembro-me de o Benfica sofrer o 1-0, de estar a perder por esse resultado ao intervalo (que eliminaria o Benfica, caso o jogo terminasse naquele momento), de começar a 2ª parte e os meus pais me obrigarem a ir tomar banho (eu sabia que tinha de ir, mas o jogo estava demasiado emocionante para perder um segundo que fosse...). Uma vez que os meus pais estavam determinados em que eu cumprisse os meus deveres higiénicos e eu determinado em ouvir o jogo, levei o pequeno transistor com o qual costumava ouvir os relatos para o banho... E foi lá que berrei o golo do empate do Benfica (do Carlos Manuel)! Já depois de sair do banho o Benfica ainda alcançou a vitória, com um golo do Nené, abrilhantando assim a vitória na eliminatória com uma vitória difícil no campo do adversário, e ainda por cima, recuperando de uma situação de desvantagem.
Recentemente, li - não me recordo onde, mas acho que no já mencionado livro "A Luz Não Se Apaga" - o testemunho de um jogador do Benfica (se não do próprio Eriksson) a propósito desta 2ª eliminatória: o Benfica estava a perder ao intervalo por 1-0, e os jogadores pareciam resignados, ainda para mais estando a jogar fora, era como se houvesse pouco a fazer. Nesse intervalo, Eriksson ter-lhes-á dado um "puxão de orelhas", exigindo que jogassem fora da mesma maneira como jogavam em casa, salientando que não havia qualquer razão para que não o fizessem, sobretudo sendo superiores ao adversário e necessitando de marcar. Acho que este testemunho caracteriza bem a filosofia do Eriksson e a razão pela qual o Benfica foi tão bem sucedido sob o seu comando.
(As seguintes fotos, referentes ao golos do Benfica no jogo da 2ª mão, em Sevilha, são cortesia do S.L.B.)
O golo do empate (1-1)
O golo da vitória (1-2)
- 2ª eliminatória (Benfica-2, Lokeren-0 / Lokeren-1, Benfica-2):
Não me recordo muito bem dos jogos desta elimitória frente esta equipa belga, mas tenho a ideia que a vitória na 1ª mão foi tranquila (golos de Nené e Pietra).
Na 2ª mão, em que o Benfica chegou a estar a perder por 1-0, "surgiu" Filipovic, que veio a ser a grande figura do Benfica nessa edição da Taça UEFA, ao marcar os 2 golos do Benfica que garantiram mais uma vitória e mais uma recuperação de um resultado desfavorável fora de casa (embora neste caso, o resultado da 1ª mão garantia o apuramento, caso o jogo terminasse naquele momento). Ou seja, o importante mesmo foi não só o apuramento mas o facto de o Benfica, ao ganhar, demonstrar mais uma vez a sua superioridade sobre o adversário, no terreno deste.
- Oitavos de final (FC Zürich-1, Benfica-1 / Benfica-4, FC Zürich-0):
Assisti ao jogo da primeira mão pela televisão e tenho a vaga ideia de que o Zürich, jogando em casa, terá sido quem mais atacou. Acabou por marcar já durante a 2ª parte, por intermédio de Wynton Rufer (jogador neo-zelandês que, mais tarde, se destacou no Werder Bremen). O Benfica reagiu, e acabou por empatar já perto do fim, com um golo do Filipovic, na recarga a um remate do Nené, creio que ao poste (e na sequência de um canto). Sem ser óptimo, o resultado servia naturalmente os interesses do Benfica. Ainda assim, fiquei ligeiramente desapontado por o Benfica não ter ganho o jogo...
O jogo da 2ª mão segui através de relato. O Benfica fez o 1-0 relativamente cedo, com um golo do grande Filipovic. Na segunda parte, o Benfica partiu para a goleada: golos de Diamantino (outro grande jogador, que na altura era muitas vezes utilizado como ponta-de-lança) e Nené (dois golos, 1 deles de penalty, já próximo do fim). Não sendo o Zürich propriamente uma equipa de topo europeu, não deixei de ficar orgulhoso com o facto de o Benfica ter alcançado uma goleada numa fase já relativamente avançada de uma prova europeia.
PS: desta vez, fiz um pouco de batota para escrever alguns dos factos aqui relatados. De qualquer forma, o mais importante não são os factos exactos em si mas a importância que para mim tiveram estas vitórias e a recordação que tenho disso mesmo.
10 Comments:
Quando chegares ao jogo contra o Anderlecht, relato-te a minha memória do nosso golo.
A história do banho e do Bétis é engraçadíssima. Lembro-me de ter ouvido o relato do Benfica-Lillestrom (Taça das Taças em 86/87) já deitado na cama e às escondidas da minha mãe, já que o meu pai estava no estádio. Ganhámos por 2-0, mas eu não pude gritar muito os golos por motivos óbvios! :-)
Entretanto, já tenho os resumos da época 82/83 gravados em DVD (vou "postar" proximamente com um upgrade deste projecto). Da campanha europeia toda, só me falta o resumo do Benfica-Zurique (julgo que na altura havia uns problemas com a RTP que não o chegou a dar, mas não tenho a certeza). O Filipovic foi indiscutivelmente a grande figura dessa epopeia.
Na 2ª mão da meia final da taça das taças de 80/81 (contra o Carl Zeiss Jena), os meus pais também me obrigaram a ir para a cama. Na altura ainda não tinha o tal pequeno transistor, pelo que os meus pais "deixaram-me" ficar acordado e puseram o relato na sala, para eu ouvir enquanto estava deitado, provavelmente na esperança que eu adormecesse entretanto... Claro que não adormeci antes de o jogo acabar!
Passados 24 anos, acho este facto extraordinário, uma vez que nenhum dos meus pais aprecia futebol e passaram assim 2 horas de "seca" só para que eu pudesse ouvir o relato sem deixar de cumprir o meu "recolher obrigatório" :-)
Obrigado pela visita lá na minha Zona Franca... Volta sempre apesar de seres benfiquista... ;)
Abraço grande!
Freddy, a presença de outras cores clubísticas neste blog será sempre bem vinda, mesmo que estejas em total desacordo com as minhas opiniões!
A vida seria uma chatice se todos pensassem da mesma maneira e tivessem as mesma preferências...
A única coisa que não vou tolerar neste blog será a boçalidade, mas felizmente, até agora não tenho motivos de queixa.
Que grande Blog!!
s.l.b., como conseguiste arranjar os dvd's dessa época? foi na rtp? Gostaria imenso de ter isso, e sobretudo de ter os jogos integrais dessas épocas, uma vez que a RTP memória raramente mostra jogos anteriores a 1993...
Nunca acompanhei esses jogos pois sou de 82, mas tenho grancde interesse pelo benfica desses tempos. também por isso este blog é tão interessante para mim!
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Boas
Eu sou desse tempo da rádio am colado ao ouvido e até faltava ás aulas pra ver o glorioso. O jogo em Roma começou ás 14h (15h)em italia.
Acho que a vitoria em Roma foi o mais dificil e o azar perseguinos na Belgica na 1ª mão da final.
Mas tão gravada ao mais tenho a campanha em que perdemos na meia final com o KarlZeiss Iena, ai sim um frango do bento num livre directo que ele "pensou" que era indirecto....lol...deu-lhe a branca.
Para finalizar quero referir que a "epoca" do transistor, quase sem futebol na tv, tinha os seus encantos e só quem uzou a caixinha ouvia os magnificos relatos dos melhores relatores radio que alguma vez existiram em Portugal
Viva o Benfica e o Futebol
A melhor equipa do SLB que vi jogar e tenho quase 42 anos. Por onde andas Benfica?
Obrigado por Blog intiresny
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